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Turismo

Turista LGBTI+ pretende viajar ainda esse ano e o foco são as viagens em grupo pelo país

Na manhã desta quarta (18), a IGLTA,  International LGBTQ+ Travel Association, realizou uma coletiva de imprensa para destacar os resultados do Brasil de uma recente pesquisa sobre o comportamento do público LGBTI+ em relação à retomada do turismo no pós-pandemia.

A pesquisa geral foi realizada entre 16 de abril e 12 de maio e contou com quase 15 mil respondentes (2.330 no Brasil). A coletiva teve apresentação de Clovis Casemiro (Coordenador da IGLTA Brasil) e de Alex Bernardes (Diretor do Fórum de Turismo LGBT do Brasil). Além disso, o presidente da Câmara Ricardo Gomes se juntou à Mariana Aldriguri, professora e pesquisadora da USP, para a realização da análise.

Apesar de o setor do turismo ser um dos mais impactados pela crise, ao apresentarem os gráficos, é evidente o forte desejo entre os viajantes LGBTI+ de retornarem às viagens. No Brasil, 64% pretendem viajar ainda este ano e os meses de outubro e dezembro são os mais cotados.

“Com relação à lógica da retomada, podemos ver um padrão de comportamento que independe da orientação sexual. Podemos dividir o público em três grupos: aqueles que não conseguem definir se vão viajar tão brevemente por motivos externos, como desemprego e crise financeira; aqueles mais audaciosos na tomada de decisão e que vão viajar assim que possível; e há o grupo das pessoas que ficam em dúvida em relação aos elementos que compõem a viagem, como segurança sanitária. Mas ainda assim, podemos perceber a forte vontade que todos possuem de viajar o mais rápido possível”, aponta Mariana Aldriguri.

Para Rodrigo Gomes, os destinos, agentes e operadores de viagem precisam analisar essa pesquisa estrategicamente para começarem a trabalhar o público LGBTI+ de uma forma mais eficaz, desenvolvendo novos olhares e propostas, uma vez que este nicho se mostra como sendo um dos principais perfis propensos a viajar no início da retomada.

Em um primeiro momento, o foco do turismo vai ser o doméstico: 50% das pessoas responderam que preferem voos mais curtos de, no máximo, 3h de duração. Entre os destinos LGBTI+ destacados pelos participantes da coletiva estão o Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Juiz de Fora, Guarujá, Pernambuco, Florianópolis e Gramado. Com isso, Mariana afirma que “o Brasil se apresenta como um mercado repleto de oportunidades para o turismo devido a sua grande diversidade de ambientes”.

Para aumentar a visibilidade e estimular cada vez mais o turismo interno, Ricardo alega que é importante que os destinos ofereçam treinamentos e capacitações para suas equipes receberem o turista LGBT:

“É nítido que temos uma possibilidade muito grande em nosso país. Apesar de estarmos com a entrada bloqueada em alguns países, é o momento de focarmos nos destinos brasileiros. O nosso país é enorme e tem lugares para todos os gostos. O importante, neste momento, é investir em treinamento e capacitação principalmente naqueles destinos que não têm o costume de receber o turista LGBT”, diz Ricardo.

Outro ponto que chama a atenção na pesquisa é o fato do brasileiro, principalmente o público LGBT, preferir viajar em grupo (32%). Para Ricardo, isso se deve a uma questão cultural do brasileiro por ser um povo caloroso e receptivo.

“O brasileiro gosta de viajar com amigos. Somos calorosos e isso fica claro na pesquisa. Então, é uma dica valiosa para o turismo: a venda focada em grupos”, alerta o presidente da Câmara.

Na coletiva, outro número merece destaque: 21% dos brasileiros pretendem realizar um cruzeiro na retomada. O número chama a atenção, pois na pesquisa global, apenas 13% responderam que fariam um, o que contrapõe a imagem negativa que os cruzeiros passaram a ter na pandemia. Não à toa, o grande sucesso das vendas do cruzeiro Hell & Heaven, que vai ter a sua primeira edição em um navio.

Para finalizar a coletiva, LoAnn Halden, vice-presidente da área de Comunicação da IGLTA global, aponta que o público LGBTI+ é extremamente fiel e resiliente, além do público brasileiro ser de extrema importância para a pesquisa e também para a própria IGLTA.

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