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Porto Alegre quer atrair publico LGBT

Segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT), os turistas LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Transgêneros e Travestis) representam 10% dos viajantes do mundo e movimentam 15% do faturamento do setor. E enquanto o mercado mundial de turismo cresce 3,8% ao ano, o segmento LGBT avança 10,3%.

Este filão de mercado está na mira do empresariado da Capital, que esteve recentemente na Feira de Turismo de Madri (FITur) – evento global para os profissionais da área e de destinos receptivos e emissivos para a Iberoamérica – onde o presidente do Sindicato de Hospedagem e Alimentação de POA e Região (Sindha) encaminhou parceria para que Porto Alegre seja divulgada em publicação específicas para este público na Europa.

A ideia, segundo o presidente do Sindha, Henry Chmelnitsky, é ampliar a demanda da Capital, que está entre os sete destinos gay-friendly do País certificados pela Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo). “Se pretende reforçar essa característica, destacando toda a rede hoteleira e de restaurantes, além de pontos turísticos da cidade para atrair esse público europeu”, explica o dirigente, completando que a proposta inclui expandir a divulgação para outras cidades do Estado. Para que isso aconteça, a entidade deverá trabalhar o assunto junto a empresas de hotelaria, gastronomia, saunas, agências de viagens, teatros e entidades do comércio, a fim de viabilizar o investimento necessário.

“Com cerca de € 2 mil a € 3 mil por mês, poderemos manter um micro website de Porto Alegre inserido dentro do portal loottis.com, que é acessado pelo mundo todo”, calcula o dirigente do Sindha. Chmelnitsky explica que neste site poderão ser inseridas informações, preços, experiências e fotos de locais turísticos da Capital. “Porto Alegre é o centro do Mercosul. Este público pode passar dois dias na cidade e depois ainda conhecer a serra gaúcha, ou algum destino do Uruguai ou da Argentina”, comenta.

Ainda segundo o dirigente, a ideia é trabalhar junto com a diretoria de Turismo da Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento do Estado. “Na medida que for possível incorporar esta proposta como projeto, podemos fechar parcerias com outras entidades.” Na opinião do economista especialista em Turismo Abdon Barreto Filho, que participou da delegação gaúcha na FITur, esta é uma “ótima oportunidade” para se ampliar o trabalho com o público LGBT em Porto Alegre. “Há dois anos, o município vem se empenhando em capacitar a hotelaria e todo o receptivo, de forma a melhorar o atendimento para o segmento tanto nas empresas de hospedagem como nas agências de viagens”, destaca Barreto Filho. O especialista lembra que a segmentação tem papel importante para facilitar a comercialização de pacotes de interesse deste público. “Além disso, assim também é possível criar espaços temáticos dentro do segmento, investir em parcerias público-privadas, divulgar o calendário LGBT da Capital, entre outras ações.” Capacitação é fundamental para quebrar preconceitos Em junho, anualmente, a festa do Orgulho Gay mobiliza milhares de pessoas em Porto Alegre e em outros estados brasileiros.

Além disso, casas noturnas, museus, teatros e outros espaços culturais estariam na lista de atrativos para o segmento. “Também é importante lembrar que este público gosta de boa gastronomia e bons hotéis, e isso a cidade tem”, reforça o presidente regional da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav-RS) João Augusto Machado. O dirigente considera que ainda é necessário investir em maior capacitação entre equipes “quebrando preconceitos”. “Fundamental é que os hóspedes LGBT sejam respeitados e tratados com naturalidade – afinal não há outra forma esperada, neste sentido”, opina.

A relevância do público LGBT tem sido foco também do turismo nacional, considerando seu potencial de contribuição para a economia brasileira. “Estes visitantes inclusive costumam gastar mais que os demais turistas”, ressalta o economista especialista em Turismo Abdon Barreto Filho. Em 2016, o Ministério do Turismo (MTur) lançou, em parceria com o Ministério da Justiça, a cartilha Dicas para atender bem turistas LGBT, voltada para os prestadores de serviços, e buscando a inclusão e o atendimento dos visitantes, sem distinção de sexo.

Fonte: Jornal do Comércio

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