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Vila Real abre portas à 1a Marcha LGBT

A cidade “saiu do armário” e deixou marchar cerca de 300 pessoas, vindas de vários cantos do país. Braga, Porto e Lisboa estiveram representadas na marcha a apoiar esta causa.

Pela primeira vez, Vila Real junta-se a uma causa LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgénero) e abre caminho à igualdade e respeito pela diferença. Foi assim que ontem, com início na Praça Diogo Cão e rumo à Praça do Município, as ruas se encheram de cor e deixaram brilhar o arco íris das bandeiras.

Entre cartazes, bandeiras, apitos e assobios se fez a marcha. “Assim se vê a força LGBT”, “Fascismo, machismo, homofobia, não passarão”, “Deixem passar, sou LGBT e o mundo vou mudar”, foram algumas das frases de ordem que se fizeram ouvir durante a intervenção.

Estiveram presentes na marcha partidos políticos e organizações como a ILGA (Intervenção Lésbica, Gay, Bissexual e Transgénero), Amnistia Internacional de Chaves, Rede Ex-Aequo, AMPLOS (Associação de Mães e Pais pela Liberdade de Orientação Sexual), Ponto Íris, Centro Gis e Associação Plano i, que tomaram a palavra e, durante o discurso, deram força e incentivo aos participantes. Durante a intervenção foram abordados assuntos como o episódio de lesbofobia ocorrido na escola de Vagos, cirurgias em bebés intersexo e ainda o relato de uma mãe da AMPLOS, entre outras experiências e lutas pessoais.

Catarina Fontes, participante da marcha, apesar de já ter estado noutras marchas semelhantes, diz que “embora esta, em Vila Real, tenha sido mais pequena do que as outras, continua a ser positivo a ocorrência de marchas LGBT em novos sítios porque muitas vezes as pessoas associam estas coisas às grandes cidades e há sítios que ficam esquecidos e precisam, tanto ou mais, de reconhecimento”. Tal como Catarina, muitas outras pessoas viram esta marcha como algo do qual faziam parte e onde podiam ser quem realmente são, sem medos nem preconceitos.
“Acho que, para uma primeira vez, teve bastante adesão” contou Catarina Oliveira, outra participante, “o ambiente estava fantástico, as pessoas estavam-se a divertir e, acima de tudo, deu visibilidade a uma causa”. Para Catarina Oliveira, estudante vinda do Algarve, esta marcha foi a primeira “mas claramente não vai ser a última”, afirma. Alguns dos pontos, referidos pela algarvia, para o melhoramento da qualidade de vida do público LGBT são “criar espaços gay friendly aqui no interior, onde os jovens pudessem estar juntos e se conhecerem, sem olhares de julgamento”.

Ainda há muito caminho para trilhar no âmbito dos direitos humanos, da liberdade e igualdade. Num país livre, como Portugal, são ainda muitas as formas de preconceito e elevados os números de casos de violência no meio LGBT, mas são passos como este que abrem fronteiras e nos garantem direitos.

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